Os Novos Futuros


Data Publicação: 16/08/2023

O Conexia Annual Meeting 2023 teve como tema "Os Novos Futuros". E abrindo o evento, Sandro Bonás, o CEO da Conexia, trouxe reflexões importantes sobre a educação, o papel das escolas hoje e, qual são as necessidades e transformações que as instituições precisam fazer para ajudar na construção nos novos futuros.

Confira a seguir alguns destaques da apresentação.

O papel da escola
O que queremos para os nossos alunos? Queremos que eles desfrutem de um mundo em abundância, sem escassez e que eles possam viver seus direitos humanos de forma plena, em sociedade.

Em sua apresentação, Sandro abordou de forma clara e direta qual o papel das escolas na formação do aluno.

"Para ajudar nossos alunos a se desenvolverem precisamos olhar para o futuro para não ser surpreendido com ele, para influenciar e desenhar juntos. Essa é parte da nossa responsabilidade que estamos aqui hoje. Tudo que falarmos aqui, é uma camada de experimentação na tentativa de olhar para frente e entender o comportamento da nossa sociedade futura, da economia e o que os nossos alunos irão precisar para ter sucesso como cidadãos."

A escola é uma instituição que mais se apropria do processo da humanidade, uma vez que tudo começa com ela. Por meio dela, há a conexão com o mundo, com os outros e com nós mesmo assim, criando uma capacidade para dialogar, refletir e agir.

"A escola que vivemos até aqui teve seu valor, mas deixou sequelas. Não fomos capazes de gerar um mundo mais justo, pacifico e menos desigual. Foi uma falha coletiva. E para mudar isso, a escola precisa ser transformada. E não falando do ponto de vista metodológico. Agora se trata de ajudar a termos uma sociedade que funcione", disse.

Cenário atual X cenário de amanhã
Ao falar sobre o cenário do passado, o atual e o que vem pela frente, Sandro fez uma importante retrospectiva sobre a educação.

"Em 1948 foram estabelecidos grandes objetivos com a Declaração Universal de Direitos Humanos. Na época, éramos 2 bilhões de habitantes e apenas 45% tinham contato com uma instituição de ensino e a outra metade não tinham acesso à educação. E agora, isso mudou. Hoje somos 8 bilhões de habitantes e 95% possuem contato com a escola em algum momento da vida. Isso revelou algo extraordinário: ao longos dos anos quanto mais a população crescia, mais era a capacidade das escolas absorverem esses alunos e escalar essa operação, ou seja, educar".

Entretanto, essa educação ainda deixa marcas. Nos países de baixa renda, 1 a cada 4 jovens ainda não estão alfabetizados, apesar da universalização da escola. Já nos países de média e alta renda, os número da da avaliação PISA (OECD) apontam que os jovens apresentam dificuldades de compreender, por exemplo, o conteúdo que estão lendo.

"E isso acontece em um momento onde a sociedade está mais complexa pela busca constante pelo exercício da cidadania e econômico, pela chegada da Inteligência Artificial, das redes sociais e pelo avanço tecnológico. Neste sentido, as escolas precisam se transformar, não mais pelo desafio metodológico, mas pela sua vocação de acompanhar o desenvolvimento da sociedade e a formar cidadão".
A inteligência artificial é uma realidade
O uso e avanço da tecnologia e a chegada da Inteligência Artificial são um marco na história.

"O uso delas começou bem antes, na década de 50, e era restrito aos pequenos grupos de estudiosos, com grandes computadores e estruturas complexas. Agora, não há mais essa barreira de entrada, ela foi derrubada. Em qualquer lugar, pelo celular, computador, tablet e com acesso à internet, é possível estabelecer um diálogo com as IAs, por exemplo".

E com isso, as escolas precisam mudar o alvo e não ir na contramão desta tendência. A escola até hoje replica padrões de aprendizagem e da sociedade e, ao fazer isso, estamos criando os mesmos desafios para uma mesma sociedade.

O que acontece é que a sociedade que temos hoje não é boa. Então o que fazer?
"Antes nós tínhamos um atributo que era apenas nosso, o poder de se comunicar. Mas agora, estamos vendo um avanço muito rápido das Inteligências Artificiais. Elas evoluem a narrativa aprendendo com a nossa interação com elas e até ajudam a programar outras Inteligências".

Nossos alunos, as crianças e jovens, vão enfrentar um novo modelo de sociedade em que as Inteligências Artificiais estarão cada vez mais presentes.

E para não torná-los isolados e vitimas de uma sociedade que está em constante evolução, é preciso assumir o papel transformador e educar também para esse uso das tecnologias.
4 áreas de transformação
Quando olhamos para os cenários futuros, é difícil prever o que iremos encontrar, mas Sandro apresentou algumas hipóteses que irão impactar 4 áreas.

"E o papel da escola, do novo tipo de escola, é influenciar para que essa nova sociedade possa olhar para esses 4 elementos e fazer com que, quem estiver nela, consiga sobreviver ao mundo que está batendo a nossa porta", comentou em sua introdução ao tema.

Confira quais são as 4 áreas apontadas e as reflexões trazidas:
Pensando na oportunidade
"Nenhuma tendência
é um desafio"
Finalizando a apresentação, Sandro reforçou o tema e fez uma provocação final: é preciso deixar o problema de lado e pensar nas oportunidades.

"As escolas podem garantir que todos tenham o que precisam para sustentar e construir os novos futuros.
As escolas precisam ser uma arena de oportunidade – um learning hub que oferece novas habilidades, novas competências, novas formas de enfrentar o mundo. Um lugar de excelência onde as coisas podem acontecer e nascer".

Ressaltou que a escola precisa ir além da formação geral e promover um ambiente de transformações, onde alunos-famílias-professores e todos os agentes, possam discutir temas atuais e que impactam a vida de todos.

"A escola pode ser uma grande alavanca de aprendizagem da comunidade em que ela está. O mundo é assustador, e o que vem pela frente é mais ainda. Mas isso provoca e abre para nós, educadores, um espaço para que possamos agir com responsabilidade, entender o que a sociedade precisa para, a partir de uma transformação, desbloquear os novos futuros dos nossos alunos", finalizou.